Breve História

Um breve resgate da história do rádio no Brasil

Por Elane Gomes

Embora as origens da comunicação de massa tenham se dado no século XV, com a técnica de imprensa de Gutemberg, a radiodifusão, iniciada na primeira metade do século XIX, impulsionou a comunicação social.
 O rádio surgiu no início do século XX e foi o veículo que introduziu a comunicação de massa, cooperando largamente para a formação das sociedades modernas, no que diz respeito às características, manifestações simbólicas, formas de entretenimento, comportamentos, valores, orientação política, e tantas outras expressões que caracterizam também a cultura de massa. Desde então, essa mídia vem contribuindo na configuração da identidade de diversas nações.
O Brasil  teve no rádio, um  meio de comunicação de grande abrangência. Ele viveu sua Era de ouro nas décadas de 1930 e 1940. Neste período surgiu um grande número de emissoras, aumentando a partir daí o interesse do público em possuir um receptor e que fosse o mais recente possível. O seu caráter imediato fascinava e, no país inteiro, o meio ia se popularizando, atingindo todas as classes e formando ideias nos campos político, econômico, cultural, religioso e educacional. Na sua fase áurea, o rádio foi o responsável pela mudança de comportamento dos brasileiros a partir do consumo que estes faziam dos produtos que o meio divulgava, principalmente os de higiene e beleza. Ainda nos anos de 1930 “o rádio já conseguia seus primeiros ídolos, a maioria  vindos da indústria fonográfica.Dentre eles se encontravam Francisco Alves, Carmem Miranda, Mário Reis, Augusto Calheiros e muitos outros. Programas esportivos, folclórico-sertanejos, humorísticos, eram gêneros que iam encontrando espaço. Também nesta época a música popular foi crescendo na programação assim como sucessos carnavalescos das escolas de samba.
Na segunda metade do século XX com o advento da televisão, o rádio vive uma fase de decadência, perde anunciantes, artistas e humoristas que migram para a TV.
Emissoras são fechadas e o rádio sofre uma mudança radical em sua estrutura, adotando uma alternativa mais econômica e criativa. Passou a tocar músicas com o uso da vitrola, já que não havia artistas para apresentações ao vivo; ele investiu sua programação em jornalismo, serviço de utilidade pública e em coberturas esportivas. Voltou-se então para as necessidades regionais. O jornalismo passou a ter destaque no rádio. O transistor foi uma tecnologia que ajudou o rádio, permitindo que ele se tornasse móvel, e que fosse ouvido a qualquer hora e em qualquer lugar, sem o uso de tomadas, penetrando em locais nos quais a TV não podia estar, como o faz ainda hoje.
As rádios de frequência modulada, FMs, surgem na década de 60 e dão um grande destaque ao setor, destaque este que já não era sentido desde o surgimento da televisão. As FMs usavam programação e linguagens diferentes e inéditas até então, por isso, mais uma vez o AM precisou ser  reestruturado.
Em diversos momentos da sua história no Brasil, ora o rádio foi usado para despertar, fazer refletir e denunciar, ora também para alienar, fugindo do objetivo inicial dos seus desbravadores, que era a educação, o entretenimento e a informação. Para atender aos interesses financeiros ele também criou mercadorias culturais com valores simbólicos a serem vendidos. Também se tornou uma indústria de produtos culturais e os pôs diante de um grande público.
O rádio influenciou na cultura, na sociedade e nas relações humanas. A partir dele outros grandes meios também encontraram o seu espaço.

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